Emicida visita crianças refugiadas e migrantes em abrigo para venezuelanos em Boa Vista

Rapper conheceu o coral e viu duas apresentações de rap dos jovens abrigados. ‘Obrigado pelo que vocês fizeram pela minha alma hoje’, disse. O rapper Emicida visitou o abrigo Picumã neste domingo (1°) durante sua estadia em Boa Vista.
Divulgação/ACNUR
O rapper Emicida visitou o abrigo Pricumã, onde vivem refugiados e migrantes venezuelanos em Boa Vista, nesse domingo (1°). O artista conheceu o espaço a convite do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados que atua em Roraima em resposta à crise migratória da Venezuela.
Emicida estava em Boa Vista para se apresentar no festival Mormaço Cultural, evento gratuito promovido pela prefeitura da capital.
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Horas antes do show, o rapper visitou o abrigo e conversou com as crianças e adolescentes venezuelanas que vivem no abrigo. Atualmente, o espaço tem 1.222 pessoas abrigadas – dessas, 39 são menores desacompanhados ou sem a família.
Durante a visita de Emicida, houve apresentação do coral e conversa com as crianças. “A música foi o ponto de conexão entre o rapper e as/os jovens”, detalhou o Acnur.
“Houve espaço para que as/os jovens fizessem perguntas sobre a carreira do rapper, seus interesses, seus sentimentos e sobre o que a música representa para cada um. Houve também uma apresentação do coral, além de duas apresentações de rap dos jovens abrigados. Emicida também cantou para os presentes, encerrando a visita em seguida”.
Durante a visita o rapper trocou experiências com as crianças e adolescentes.
Divulgação/ACNUR
Fotos divulgadas por Emicida nas redes sociais registraram ele sentado no chão, juntos com crianças e até um cão caramelo. “Obrigado pelo que vocês fizeram pela minha alma hoje”, disse ele em um poste no Twitter.
À noite, durante o seu show no Mormaço Cultural, Emicida lembrou da visita que fez ao abrigo, e agradeceu a oportunidade dos migrantes em recebê-lo.
“A gente precisa que episódios nos lembrem o porque que nós fazemos o que nós fazemos. Essa tarde foi um dos episódios, a razão pela qual eu pego minha caneta e escrevo uma letra é para que ela encontre abrigo no coração de alguém e faça com que essa pessoa sinta que tem um lugar no mundo. Obrigado pelo que vocês fizeram por mim hoje”, disse o rapper.
O Acnur destacou que a entrada de migrantes venezuelanos no Brasil, principalmente em Roraima, não “se trata de uma escolha, mas sim da única opção possível.”
“Vale lembrar que as pessoas refugiadas estão fora do seu país de origem devido a reais temores de perseguição relacionados à questões de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política. Também são considerados refugiados aqueles que foram forçados a deixar seus países devido a conflitos armados, violência generalizada e graves violações dos direitos humanos”, pontuou a agência.
Roraima é porta de entrada para migrantes venezuelanos, principalmente, desde 2016. Os refugiados entram no Brasil fugindo da grave crise econômica, social e política no país. No Brasil, eles são recebidos pela Operação Acolhida, ação coordenada pelo governo federal e chefiada pelo Exército, que atua com agências da ONU e outras organizações sociais.
Atualmente, o estado tem oito abrigos para migrantes: o Pricumã – onde Emicida visitou, o Alojamento Rondon 2, Jardim Floresta, Rondon 1, Rondon 5, Waratuma a Tuaranoko, Alojamento BV-8, e Janokoida.
O rapper também falou sobre a visita ao abrigo no Twitter.
Reprodução/@emicida
*Estagiária sob supervisão de Valéria Oliveira