Imagens mostram resgate a indígenas feridos em ataque na Terra Yanomami


Os feridos são uma liderança indígena, uma mulher, a filha dela, de 12 anos, uma menina, com cerca de 10 anos, e um menino, de 13 anos. Ataque ocorreu na comunidade Parima, dentro do território Yanomami, nessa segunda-feira (3), segundo o Ministério dos Povos Indígenas. Ainda não se sabe as circunstâncias do ataque e nem quem são os agressores
DSEI Yanomami/Divulgação
O Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) divulgou nesta terça-feira (4) imagens do resgate e atendimento médico aos indígenas feridos em ataque a tiros na comunidade Parima. As vítimas foram socorridas e levadas ao polo base de Surucucu, na Terra Yanomami. Os agressores fugiram.
No ataque, uma criança Yanomami foi morta e outros cinco indígenas ficaram feridos, segundo o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Os feridos são uma liderança indígena, uma mulher, a filha dela, de 12 anos, uma menina, com cerca de 10 anos, e um menino, de 13 anos.
O corpo caiu no rio e ainda não foi localizado, segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’kuana (CONDSI-YY), Júnior Hekurari. A liderança indígena solicitou apoio do Corpo de Bombeiros para fazer buscas pelo corpo.
Imagens mostram resgate a indígenas feridos em ataque na Terra Yanomami
Após o ataque, equipes da Polícia Federal, servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional e da Força Nacional de Saúde Pública foram enviadas para a região.
“Os agressores se evadiram e a situação está sob controle. O MPI está presente na região acompanhando a situação”, disse o ministério.
Ainda não se sabe as circunstâncias do ataque e nem quem são os agressores. A suspeita é de que o ataque tenha sido causado por garimpeiros que ainda atuam no território.
Ataques na Terra Yanomami
Esse não é o primeiro ataque a tiros contra indígenas registrado no território neste ano. Em abril, um indígena Yanomami morreu e outros dois foram baleados por garimpeiros ilegais na comunidade Uxiu.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação chegou a 54% – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro deste ano.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, PF, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
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