Ataque ocorreu na comunidade Parima, dentro do território Yanomami, nessa segunda-feira (3). Polícia Federal investiga a autoria do crime. Ataque aconteceu na região de Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami.
Alexandro Pereira/Rede Amazônica/Arquivo
Uma criança Yanomami morreu e outros cinco indígenas ficaram feridos durante um ataque a tiros na comunidade Parima, dentro da Terra Indígena Yanomami nessa segunda-feira (3).
As vítimas foram socorridas por servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que atuam em uma base de apoio da região.
Após o ataque, equipes da Polícia Federal, servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional e da Força Nacional de Saúde Pública foram enviadas para a região.
A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pelo g1.
A polícia ainda não sabe as circunstâncias do ataque. Os policiais federais também investigam a autoria do crime, a suspeita é de que o ataque tenha sido causado por garimpeiros que ainda atuam no território.
Procurado pelo g1, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) lamentou a morte da criança e informou que as outras cinco pessoas foram feridas por disparos de arma de fogo e estão recebendo atendimento.
“Um helicóptero militar foi deslocado de Boa Vista para atendimento. Os agressores se evadiram e a situação está sob controle”, afirmou.
A reportagem também tentou contato com Ministério da Saúde (MS) e a Funai, e aguarda o retorno.
Esse não é o primeiro ataque a tiros contra indígenas registrado no território neste ano. Em abril, um indígena Yanomami morreu e outros dois foram baleados por garimpeiros ilegais na comunidade Uxiu.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação chegou a 54% – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro deste ano.
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A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, PF, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
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