Operação contra garimpeiros destrói mais de 300 acampamentos e 24 aeronaves em três meses na Terra Indígena Yanomami


Dados são do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a primeira instituição a deflagrar operação contra os garimpeiros na terra indígena. Acampamento de garimpeiro destruído pelo Ibama na Terra Yanomami
Arquivo pessoal
A operação contra garimpeiros ilegais na Terra Yanomami já destruiu 327 acampamentos montados na floresta, 24 aeronaves, 26 balsas e 24 embarcações em três meses de atuação de fiscalização intensa contra os invasores no território. O balanço foi divulgado nessa terça-feira (16).
Os dados são do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a primeira instituição a deflagrar operação contra os garimpeiros na terra indígena.
Nos três meses, foram destruídos ainda, 230 motores, 74 geradores de energia, apreendidos 35.572 toneladas de cassiterita e 26,9 mil litros de combustíveis.
Além disso, também foram apreendidos geradores de energia, equipamentos como maquinários para extração de minérios, motosserra, mercúrio, modens de internet via satélite, celulares, uma tonelada de alimentos, além de armas. Também foram apreendidos 754 gramas de ouro e R$ 10 mil em espécie.
Atualmente, há duas operações contra garimpeiros em curso na Terra Yanomami: a do Ibama, deflagrada dia 6 de fevereiro, e a Libertação, da PF, que teve início dia 10 de fevereiro – as duas são ações do governo federal contra os garimpeiros e, embora iniciadas em datas diferentes, são executadas em conjunto por meio de força-tarefa entre os órgãos de segurança.
A operação Libertação, por outro lado, já contabilizou 43 prisões, sendo 34 em flagrante. Também, duas aeronaves, 19 armas de fogo, mais de 6,5 mil litros de combustíveis – gasolina e óleo diesel -, oito embarcações e 124 aparelhos celulares.
Terra Yanomami
Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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