Panelas de barro feitas por artesãs indígenas são vendidas na feira agropecuária de Roraima

Peças variam de R$ 10 a R$ 300, dependendo do tamanho e modelo, e podem ser compradas no dinheiro, PIX ou cartão. Panelas de barro à venda na Expoferr, em Boa Vista
Valéria Oliveira/g1 RR
Panelas de barro produzidas de maneira artesanal por mulheres indígenas são vendidas na Exposição Feira Agropecuária de Roraima, evento do governo que ocorre até este sábado (18). Entre as peças, há modelos do tipo caçarolas, tachos, jogos de travessas, tigelas e até copos. Os preços variam de R$ 10 a R$ 300, dependendo do tamanho.
TUDO sobre a Expoferr🤠 👢
De origem da cultura do povo Macuxi, as panelas de barro são tradicionalmente feitas por mulheres indígenas que mantém o saber ancestral e secular de transformar a argila em peças que podem ser usadas no dia a dia como qualquer outro item feito para cozinhar alimentos.
As panelas dos mais variados modelos são vendidas na área da Expoferr onde ao menos 19 artesãos comercializam os produtos que fazem. O espaço é organizado pela Secretaria dos Povos Indígenas, que também montou uma espécie de tapiri que lembra as moradias indígenas com estrutura de barro.
Caso alguém tenha interesse em comprar alguma panela no tapiri, o pagamento pode ser feito em dinheiro ou no PIX. Agora, se a compra for direto com as artesãs, algumas aceitam cartão de crédito e débito.
Artesã Adália Ramos, de 42 anos, do povo Macuxi, produz e vende panelas de barro
Valéria Oliveira/g1 RR
Artesã de panela de barro “desde que se entende por gente”, a indígena do povo Macuxi, Adália Ramos, de 42 anos, levou 75 peças para vender na Expoferr. Ela disse que passou cerca de três semanas trabalhando dia e noite para levar uma variedade de itens para a feira. Adália mora na comunidade Araçá da Serra, em Normandia, ao Norte de Roraima.
“Passei três semanas trabalhando de 8 horas da manhã até meia-noite para trazer todo tipo de panela de barro. Até o fim da feira, quero vender todas”, disse ela animada, acrescentando que participar de eventos como esse também é uma oportunidade de falar sobre a cultura indígena em Roraima: “uma orgulho”.
Ao lado do estande onde estavam as peças de Adália, a artesã Vanda Domingos, de 65 anos, tinha panelas de barro e biojoias à venda. Tradição familiar, ela produziu as peças com ajudas das netas e da família que vive na comunidade Canauanim, no Cantá, ao Norte.
Embora tivesse uma variedade de colares feitos de semente e fibras de palhas de buriti, ela disse que um dos itens mais procurados e mais vendidos eram as panelas de barro. E para melhorar as vendas, ela ainda fazia a seguinte orientação: “o ideal é ter uma panela para cozinhar a carne, outra para o frango e outra para o peixe”.
“Essas panelas são muito tradicionais e podem ir ao fogo, ao forno. Elas também deixam a comida quente por mais tempo”, destacou dona Vanda, como é conhecida.
Além das panelas de barro, o espaço reservado ao artesanato também tem itens de cestaria, alimentos e acessórios produzidos artesanalmente. A Expoferr ocorre até este sábado no Parque de Exposição Dandãezinho, localizado no Monte Cristo, zona Rural de capital. Toda a programação é aberta ao público.
Tapiri tem exposição e venda de panelas de barro feitas por mulheres indígenas em Roraima
Valéria Oliveira