Um rio atmosférico de categoria 5 – a mais alta na escala – atinge a América do Sul nesta semana, trazendo fortes chuvas, rajadas de vento acima de 100 km/h e neve.
O fenômeno, que consiste em um enorme corredor de umidade com 15 mil quilômetros de extensão, cruzou o Pacífico Sul, de regiões próximas ao norte da Austrália e sudeste da Indonésia, e se aproxima cada vez mais do sul do Chile e da Argentina.
As regiões mais afetadas serão as de Magalhães (Punta Arenas e Puerto Natales) assim como no Sul da região de Aysén. Além disso, Torres del Paine também está na mira do rio atmosférico. O governo chileno já emitiu avisos de raios para Magalhães, que não costuma ter temporais com descargas elétricas.
Até o momento, não há indícios de que o rio atmosférico afetará o Brasil. A previsão é que seus impactos se limitem ao sul do continente.
O que são rios atmosféricos
Rios atmosféricos são longos corredores de vapor de água altamente concentrado na atmosfera, que se estendem por grandes distâncias. Eles carregam a umidade dos trópicos para latitudes mais altas.
Ao se chocarem com o continente, especialmente em áreas montanhosas, esses fenômenos podem causar eventos climáticos extremos e, consequentemente, colocar em risco as estruturas das cidades e a segurança da população.
Nem todo rio atmosférico causará riscos – os mais fracos e moderados são essenciais para garantir a chuva e o abastecimento de água.
Para saber se um rio atmosférico será benéfico ou danoso, as autoridades climáticas observam a escala de intensidade desenvolvida na Califórnia, que classifica esses rios atmosféricos de AR-1 a AR-5 (sendo o AR-5 o mais intenso) com base em quanto tempo duram e quanta umidade carregam.