Duas comunidades, Whaputa e Castelo, atacaram a comunidade do Parima, segundo as investigações. No ataque, ocorrido na região do Parima, uma menina, de 5 anos, morreu e outros cinco indígenas ficaram feridos. Ataque a tiros na Terra Yanomami deixa uma criança morta e 5 indígenas feridos
A Polícia Federal confirmou que o ataque desta terça-feira (4) na Terra Indígena Yanomami foi causada por um conflito entre comunidades indígenas. No ataque, ocorrido na região do Parima, uma menina, de 7 anos, morreu e outros cinco indígenas ficaram feridos.
Duas comunidades, Whaputa e Castelo, atacaram a comunidade do Parima, segundo as investigações. Ainda não se sabe a motivação do conflito, porém a PF aponta que a área é crítica quanto a atuação de garimpeiros, acusados d aliciar indígenas p extração ilegal d ouro em terra Yanomami.
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As investigações continuam para tentar identificar a autoria do crime. O corpo da criança indígena assassinada permanecerá na comunidade para os rituais da cultura Yanomami.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, os feridos são: uma liderança indígena, de 48 anos, uma mulher de 24, a filha dela, de 5 anos, e duas meninas, de 15 e 9 anos.
Segundo a liderança, que teve acesso a lista com os nomes dos indígenas atendidos, Aavítima é irmã das outras duas crianças, de 15 e 9 anos.
Após o ataque, equipes da Polícia Federal, servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Força Nacional e da Força Nacional de Saúde Pública foram enviadas para a região.
“Os agressores se evadiram e a situação está sob controle. O Ministério dos Povos Indígenas está presente na região acompanhando a situação”, disse o ministério.
Em nota, o governo federal lamentou o episódio e comunicou que “tem atuado para que os envolvidos sejam identificados e responsabilizados”. A nota é assinada pelo ministérios da Saúde, dos Povos Indígenas, da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, e da Secretaria Especial de Saúde Indígena e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
Os indígenas chegaram em Boa Vista em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foram encaminhados para o Hospital Geral de Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio, segundo o DSEI-Y. Além disso, de acordo com o Distrito, foram encaminhados militares do Exército para o Parima, visando dar apoio à segurança da equipe de saúde da Região.
A prefeitura de Boa Vista informou que o estado de saúde da criança, de 5 anos, é estável. Ela deu entrada no trauma da unidade infantil. A Coordenação Indígena do HGR informou ainda que todos os pacientes apresentam ferimentos produzidos por arma de fogo, porém, com quadro clínico estável.
Ataques na Terra Yanomami
Esse não é o primeiro ataque a tiros contra indígenas registrado no território neste ano. Em abril, um indígena Yanomami morreu e outros dois foram baleados por garimpeiros ilegais na comunidade Uxiu.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação chegou a 54% – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro deste ano.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, PF, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal.
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.
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