Operação destrói avião e instalações de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami

Dados contabilizam ações do Ibama, Polícia Federal, PRF e Força Área Brasileira no maior território indígena do país. Ações foram realizadas na quinta (1°) e sexta-feira (2). Avião foi destruído por agentes do Ibama, na Terra Indígena Yanomami.
Cmdo Op Cj Amz/Divulgação
Uma operação deflagrada pela Polícia Federal, Ibama e Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o apoio do Comando Conjunto Operacional Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), destruiu uma aeronave e instalações de um garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami em Roraima. As informações foram divulgadas na tarde deste sábado (3) pela Força Área Brasileira (FAB).
As ações fazem parte de uma operação de defesa aeroespacial sobre a Terra Yanomami, na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA).
A primeira ocorreu na quinta-feira (1°) quando os agentes realizavam uma missão de reconhecimento na região de Homoxi, uma das áreas com maior presença de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Na ocasião, eles identificaram as instalações de um garimpo ilegal.
Agentes da PF destruíram duas barracas com utensílios deixados pelos garimpeiros, como máquina de lavar, fogão, freezer, motosserra, combustível, dois motores de sucção e um gerador movido à gasolina.
Segundo a FAB, nenhuma pessoa foi encontrada no local, mas havia indícios de presença humana recente, como alimentos perecíveis em condições de consumo, suficientes para aproximadamente cinco pessoas.
LEIA TAMBÉM:
Operação reinstala cabo de aço no rio Uraricoera para conter entrada de invasores na Terra Yanomami
Terra Yanomami registra 122 mortes de indígenas em quatro meses de emergência na saúde; 54% são de crianças e adolescentes
Instalações do garimpo ilegal, na Terra Yanomami, foram destruídas pela Polícia Federal.
Cmdo Op Cj Amz/Divulgação
A segunda ação aconteceu nessa sexta-feira (2), quando os identificaram o tráfego de um avião ilícito. A aeronave foi acompanhada por aviões da FAB e após a intercepção, o avião pousou em uma estrada de terra. Os tripulantes fugiram com dois motociclistas, que já aguardavam no local.
A aeronave foi destruída por agentes do Ibama. O garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami utiliza-se das aeronaves como principal forma de transporte de suprimentos, produtos e pessoas, por isso, em operações contra atividade ilegal, agentes destroem as aeronaves apreendidas.
Análise de contaminação por metais
Especialistas analisam se ha´presença de metais em águas da Terra Yanomami, em Roraima.
Cmdo Op Cj Amz/Divulgação
Além das ações, uma aeronave da Marinha do Brasil (MB) realizou o transporte de uma equipe de especialistas da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) ao território indígena para a coleta de água em reservatórios, rios e córregos, em Homoxi e Palimiu.
O objetivo é analisar a presença de metais nessas fontes de água. A equipe também mediu o pH, o oxigênio dissolvido, a condutividade, a temperatura da água, a turbidez, além da temperatura do ar. A previsão é que os resultados fiquem prontos em duas semanas.
Terra Yanomami
Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente. A meta é retirar todos os invasores e identificar os financiadores da atividade ilegal que causa destruição ao meio ambiente e à vida dos Yanomami.
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.