Ossada humana encontrada é de indígena ex-nora líder Yanomami Davi Kopenawa


Angelita Prororita Yanomami, de 35 anos, atuava como tradutora e interprete na Casa de Saúde Yanomami. Ela havia sido casada com Dário Kopenawa, com quem teve uma filha. A ossada humana encontrada próximo ao Rio Branco era da indígena Angelita Prororita Yanomami, de 35 anos, ex-mulher de Dário Kopenawa, filho do líder indígena Davi Kopenawa. Angelita atuava como tradutora e interprete na Casa de Saúde Yanomami, em Boa Vista.
Angelita foi identificada no Instituto Médico Legal quase um mês depois de os restos mortais terem sido levados à unidade. O g1 questionou da Polícia Civil qual foi a causa da morte e se o caso é investigado, mas não recebeu resposta.
A ossada humana foi encontrado no dia 1º de maio, na região conhecida como “Banho Copaíba”, Distrito Industrial, zona Oeste. No local havia roupas femininas e acessórios.
Com a confirmação da morte, a Hutukara Associação Yanomami (HAY), que tem como presidente o líder Davi Kopenawa, pediu que as fotos dela não sejam compartilhadas, em respeito à cultura do povo.
Roupas femininas encontradas junto com os restos mortais de Angelita Prororita Yanomami, de 35 anos
Reprodução/PMRR/Divulgação
Angelita Prororita deixa uma filha adolescente. A Hutukara lamentou a morte. Ela também cursava odontologia em uma faculdade particular na capital.
“A Hutukara Associação Yanomami (HAY) vem a público lamentar profundamente a morte de Angelita Prororita Yanomami, ex-esposa do líder Dário Vitório Kopenawa, vice-presidente desta organização. A HAY exige que o caso seja investigado e pede justiça. A associação também solicita, encarecidamente, que as imagens de Angelita não sejam difundidas, respeitando a cultura e as tradições do povo Yanomami e o luto da família.”, disse a organização.
O Ministério da Saúde, responsável pela Casai Yanomami, lamentou a morte, destacou o trabalho de Angelita e disse que “vai colaborar com as investigações conduzidas pelas autoridades competentes para que as causas da morte sejam esclarecidas o mais rápido possível.”
“Angelita trabalhava como intérprete na Casai (Casa de Saúde Indígena) do DSEI Yanomami e sempre muito atuante na luta em defesa dos direitos, por justiça e dignidade das mulheres Yanomami.”
Desaparecimento
Nesta quarta-feira (31), quase um mês depois que os restos mortais de Angelita foram encontrados, um amigo foi até a delegacia e registrou que ela estava desaparecida.
No boletim de ocorrência, ele relatou que no dia 8 de abril, há 53 dias, viu Angelita na garupa da moto de um homem próximo a supermercado na avenida Ville Roy, bairro São Pedro. Ao presenciar a cena, fez uma foto. A imagem foi entregue à Polícia Civil.
*Em atualização

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