Regilene Quaresma de Oliveira, o marido Fábio Gomes dos Santos e Alis José Blanco Galindez foram presos pela Polícia Federal na região do garimpo Couto Magalhães, dentro do território Yanomami. PF prende três pessoas em região de garimpo
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Flagrada pela Polícia Federal na Terra Indígena Yanomami, a servidora comissionada da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) e dona de garimpo no território Regilene Quaresma de Oliveira, de 24 anos, teve a prisão preventiva decretada pelo juiz substituto da 4ª Vara Federal Criminal, Rodrigo Meireles Ortiz, em audiência de custódia realizada nessa quinta-feira (20), em Boa Vista.
Ela foi nomeada em fevereiro para o cargo de assistente técnico na Casa. Na decisão, o juiz mandou a Casa ser comunicada acerca da prisão.
Em nota, a Ale-RR lamentou o ocorrido e afirmou que “desconhece a atividade paralela da referida servidora e que, ao ser notificada, irá destituí-la do cargo.” Disse ainda que “repudia quaisquer atos ilícitos cometidos por servidores e/ou colaboradores.”
Regilene, conhecida como “Baby”, o marido dela Fábio Gomes dos Santos, e um outro homem, Alis José Blanco Galindez foram presos na última quarta-feira (19) pela PF em uma região de garimpo próximo ao rio Couto de Magalhães. A ação teve o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na audiência, o juiz ordenou que ambos usassem tornozeleira eletrônica, após pagamento de fiança. A reportagem tenta contato com a defesa dos citados.
A suspeita foi levada à Cadeia Pública Feminina. Ao decretar a prisão dela, o juiz atendeu a um pedido do Ministério Público Federal. O órgão argumentou que a medida era “indispensável para interromper o ciclo criminoso” de garimpo do qual ela faz parte.
Garimpeiros pedem ajuda a parlamentares para sair da terra Yanomami e acabam presos
No depoimento à PF, Regilene disse que trabalhava como cozinheira na região do garimpo de ouro conhecida como Pupunha. No entanto, para o MPF, na verdade ela é dona de garimpo ilegal.
Os próprios garimpeiros enviaram a localização de onde estavam pedindo ajuda para deixarem local e foram retirados da área já presos.
Divulgação/PF
Ao argumentar que Regilene é dona de garimpo, o MPF citou o relatório sobre o material apreendido com ela pela PF, incluindo conversas em que ela negocia voos para a Terra Yanomami e diz que a máquinas usada na atividade ilegal estava para enquanto ela resolvia a situação dos voos.
“Essa coordenação é característica dos chamados “patrões” do garimpo, donos de maquinário e que gerenciam a extração ilegal na TIY, e não apenas simples trabalhadores do garimpo”, menciona trecho da argumentação do MPF na decisão do juiz.
Além disso, o MPF identificou diversas mensagens da suspeita: “nas quais resta evidente que REGILENE é, de fato, dona do garimpo ilegal, uma vez que afirma por diversas vezes ser dona de máquinas de extração de cassiteritas, bem como afirma ser dona de uma mina de cassiteritas.”
Segundo a própria presa, em interrogatório, após as ações de combate ao garimpo a exploração se tornou mais difícil, o que a teria motivado a entrar em contato com parlamentares por Roraima para que estes buscassem meios para sua retirada e de seus comparsas da região.
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