Rafael Bruno Nogueira Soares morreu no dia 31 de agosto deste ano, mas confirmação do diagnóstico ocorreu nessa segunda-feira (30). Em 2023, apenas 31,74% da população se vacinou contra a febre amarela. Rafael Bruno Nogueira Soares morreu após ser infectado pelo vírus da febre amarela em Roraima
Arquivo pessoal
Roraima registrou uma morte por febre amarela. Trata-se do agente da Polícia Federal Rafael Bruno Nogueira Soares, de 37 anos. Ele morreu em agosto, mas somente nessa segunda-feira (30) a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) recebeu o laudo que confirmou que a causa do óbito foi pela doença.
A última morte registrada pela doença no estado havia sido em 2007, há 16 anos. Com o diagnóstico, a Sesau emitiu um alerta sobre a necessidade de a população se vacinar contra a doença. Em 2023, apenas 31,74% dos moradores de Roraima se imunizaram contra febre amarela (Veja na tabela no fim da reportagem).
Rafael Bruno morreu no dia 31 de agosto deste ano, depois de três dias internado em estado grave no Hospital Geral de Roraima, a maior unidade pública do estado. O exame que confirmou ser febre amarela é do Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará.
O agente começou a sentir sintomas no dia 27 de agosto, com relato de febre, vômitos intensos e muita dor no corpo. Um dia depois, ele buscou atendimento em uma unidade de saúde particular e no dia 29 foi ao HGR, “onde foi internado devido à gravidade do caso. A morte ocorreu no dia 31 de agosto de 2023.”
“É importante destacar que o paciente não tinha comprovação de vacinação contra a febre amarela e havia histórico de deslocamento para região de mata fechada no município de Rorainópolis dias antes do aparecimento dos sinais e sintomas”, detalhou a Sesau.
Rafael Bruno Nogueira Soares tinha 37 anos e atuava no Canil da Polícia Federal em Roraima
Arquivo pessoal
Rafael Bruno atuava no Canil da PF em Roraima. Procurada para comentar o caso, a instituição ainda não enviou resposta.
Com o resultado, a esposa afirmou ao g1 que espera que o caso do marido sensibilize as pessoas a se vacinarem. “Perdi ele para uma doença que tem vacina”, disse.
Para chamar atenção da a população acerca da necessidade da vacina contra a doença, a Sesau emitiu um alerta aos 15 municípios do estado.
“A principal medida de prevenção é a vacinação contra a febre amarela que passou a ser uma recomendação de vacinação rotineira para todo o país após o grande surto da doença no estado de São Paulo nos anos de 2016/2017”, destacou a secretaria.
Rafael Bruno Nogueira Soares morreu no dia 31 de agosto de febre amarela em Roraima
Reprodução/Redes sociais
A Saúde também informou que vai reforçar aos gestores municipais sobre as medidas a serem implementadas na vacinação, para os profissionais de saúde para ficarem alertas em caso de pessoas provenientes de áreas de garimpo e regiões de mata ao sinais e os sintomas.
Além disso, as atenções também serão redobradas para pessoas que apresentarem os sintomas e tiverem contato com macacos mortos em qualquer lugar (fazendas, sítios e regiões de mata).
De acordo com números fornecidos pela Sesau, de 2018 para 2022, foi registrado uma queda de 28,16% no número de vacinados contra a doença. Abaixo, confira a tabela com a porcentagem de vacinados por público alvo em Roraima desde 2018.
Rafael Bruno Nogueira Soares era agente da Polícia Federal em Roraima
Reprodução/Redes sociais
Rafael Bruno Nogueira Soares não tinha vacina contra febre amarela registrada
Reprodução/Redes sociais
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista , onde vive quase 70% da população, destacou que a vacina contra a febre amarela “está disponível para a população, a partir dos 9 meses de idade, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município”.
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença hemorrágica, causada por um vírus, do gênero flavivírus, que se destaca entre as doenças infecciosas imunopreviníveis. Ela é comum em 47 países de baixa e média rendas nos continentes africano e sul-americano.
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Os sintomas iniciais da febre amarela são:
Febre;
Calafrios;
Dor de cabeça intensa;
Dores nas costas;
Dores no corpo em geral;
Náuseas e vômitos;
Fadiga;
Fraqueza.
Segundo estimativas, no período de 2000 a 2021, a doença apresentou taxa de letalidade de 47,8%, considerada elevada por se tratar de uma doença infecciosa potencialmente imunoprevenível.
A recomendação agora é se acaso localizar algum macaco morto que não toque no animal. Imediatamente, deve ser comunicada a localização precisa do animal para que uma equipe da CGVS se desloque ao local para coleta de material para identificação viral.
O primeiro alerta da circulação do vírus da febre amarela é a morte de macacos.
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