O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou a condenação de dois homens agiotas – um pai e um filho – presos por terem mais de R$ 3 milhões somados de 398 cheques.
A família agiota foi condenada pelos crimes de usura (agiotagem) e extorsão praticadas contra três empresárias de Aimoré, no leste de Minas. Os dois, juntos, pegaram 49 anos de prisão.
Mais de R$ 3 milhões
Os agentes do MP descobriram que os agiotas extorquiam três empresários diferentes. A investigação, feita entre 2020 e 2023, descobriu que eles tinham:
- 598 cheques de bancos diversos,
- O total de R$ 3.153.430,10 nesses cheques;
- Nove cheques assinados no valor total de R$ 19.130,10;
- 35 notas promissórias, no total de R$ 149.318.
Os crimes
De acordo com o MP, pai e filho faziam diversas ameaças de morte às vítimas, e tentaram atropelar uma as pessoas.
Além disso, eles ameaçavam a família dos devedores, inclusiva uma criança de nove anos filha de uma das vítimas. Também houve transferência de imóveis.
Quanto às extorsões, o MPMG contou: “Em um dos casos, por exemplo, durante cinco anos, a vítima chegou a pagar ao menos R$ 55 mil de juros em relação a uma dívida originária de R$ 5 mil. Em outro empréstimo do mesmo valor, uma segunda vítima chegou a pagar mais de R$ 300 mil, no mesmo período.”
Investigações e condenação
O MPMG demorou cerca de três anos para concluir as investigações. Eles receberam a primeira dica após uma vítima procurar a Polícia Civil (PC) para relatar ameaças de morte. Ele sofreu uma tentativa de atropelamento.
Após investigar, a instituição concluiu que existia vantagem econômica indevida – receber valores com juros acima daqueles permitidos pela lei.
Em conjunto com a PC, houve as conclusões, cumprimento de mandados de busca e apreensão (quando foram recolhidos os cheques) e prisão.
Após o julgamento, um dos homens foi condenado a 28 anos de prisão, e o outro, a 21 anos. Eles estão em regime fechado.
Além disso, devem pagar uma indenização de R$ 7 mil a duas vítimas. Essas podem buscar, na esfera cível, um valor maior obrigatório.