Buscas foram encerradas nessa quinta-feira (23). Corpos foram encontrados em uma área de mata entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, zona Oeste da capital roraimense. Vítimas ainda não foram identificadas. Corpos foram encontrados na zona Oeste de Boa Vista.
Divulgação/Polícia Civil/Arquivo
A Polícia Civil de Roraima encerrou, nessa quinta-feira (23), as buscas no cemitério clandestino onde nove corpos foram encontrados, em uma área de mata entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, zona Oeste de Boa Vista. As vítimas ainda não foram identificadas. Agora, a investigação apura se o crime tem relação com organizações criminosas.
As buscas começaram na segunda-feira (20), quando cinco corpos foram encontrados enterrados no local. Dois dias depois, na quarta-feira (22), policiais encontraram mais quatro corpos dentro de um tubo de concreto.
Vala onde os corpos foram encontrados no cemitério clandestino
Josivan Antelo/Rede Amazônica
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Dois homens foram presos durante as investigações. Segundo o delegado Wesley Costa de Oliveira, titular da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), a polícia está mapeando possíveis conexões entre os suspeitos presos e atividades de organizações criminosas que atuam na região.
“As buscas no terreno foram concluídas após uma varredura completa, mas o trabalho da Polícia Civil está longe de terminar. Estamos empenhados em identificar todas as vítimas, responsabilizar os envolvidos e entender se há uma relação direta com organizações criminosas. Não descartamos novas operações em outras localidades, sempre com base em informações concretas e levantamentos prévios. Nossa meta é trazer respostas para esses casos”.
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Inicialmente, estão sendo realizadas análises para estimar idade, altura e o sexo das vítimas. A Polícia Civil solicita que famílias com pessoas desaparecidas procurem o Instituto de Medicina Legal (IML), portando documentos pessoais, exames odontológicos ou outros materiais que possam colaborar com o processo de identificação dos corpos encontrados.
A operação de busca envolveu equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Dhpp), Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), Núcleo de Investigação de Desaparecimento de Pessoas (Nipd), Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (Icpda) e o IML
Ela também teve apoio de equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater).
Como os corpos foram encontrados
Os primeiros cinco corpos foram encontrados ao longo de segunda-feira (20), após um homem, de 29 anos, fugir para não ser morto por uma facção venezuelana conhecida por “Trem de Arágua”. As cinco vítimas eram dois homens e três mulheres – duas estavam abraçadas na mesma cova.
De acordo com a Força Tática do Bope da Polícia Militar, enquanto fugia correndo da facção, o homem foi contido por moradores que achavam que ele estava invadindo as casas para roubar. Aos agentes, ele disse que a família havia sido sequestra pela facção. O caso é investigado pela Polícia Civil.
“Está sendo confirmada essa informação para se ter uma dimensão de o motivo dele estar afastado da esposa dele porque a princípio eles ficavam em um abrigo, mas não ficavam no mesmo grupo. Então, se está tentando confirmar essa informação, se a família de fato está desaparecida ou se efetivamente eles perderam o contato nos últimos dias”, explicou o delegado Luiz Fernando, responsável pelas investigações no local.
Policiais do Bope escavam terreno em busca de mais vítimas
Arquivo pessoal
O homem apontou outros dois, um de 29 anos e um de 27, como sendo os membros da facção responsáveis pelo sequestro. Eles eram os mandantes de vários homicídios de venezuelanos no bairro Pricumã, de acordo com a polícia.
O homem era olheiro da facção e chegou a testemunhar vários homicídios e o momento em que os corpos foram enterrados. Ele mostrou aos agentes onde os corpos estavam.
Após os corpos serem encontrados, o homem ficou sob proteção da polícia e, posteriormente, foi liberado. Segundo o delegado Luiz Fernando, ele foi orientado a não retornar para região e a ficar próximo de unidades da polícia.
“Solicitamos a ele que se mantivesse nas imediações de uma delegacia de polícia e não retornasse ao local até que nós conseguíssemos intermediar alguma providência com relação a ele junto ao judiciário e Ministério Público”.
Vestimentas queimadas encontradas em cemitério clandestino
Josivan Antelo/Rede Amazônica
Os outros quatro corpos foram encontrados na quarta-feira (22). Em avançado estado de decomposição, eles foram achados dentro de um tubo de concreto de esgoto usado na construção civil, que estava vedado.
Para retirar o tubo de concreto e chegar até os quatro corpos, os policiais usaram máquinas de escavação. Localizado em região de mata, o local onde as vítimas foram encontradas é de difícil acesso para pessoas.
Inicialmente, quatro pessoas foram detidas suspeitas de cometerem os crimes. No entanto, na delegacia, dois homens foram autuados em flagrante pelos crimes de ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaça.
Cova onde um dos corpos foi encontrado em cemitério clandestino
Nylo Monteiro/Rede Amazônica
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