A queda da aeronave com quatro pessoas em Caieiras que causou duas mortes pode ter ocorrido por falha técnica, segundo Darci Caiado, piloto de linha aérea e examinador credenciado da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A avaliação é a de que faltou mais prudência no sentido de contenção e mitigação de riscos para realizar a decolagem em condições metereológicas adversas.
De acordo com Caiado, o modelo do helicóptero, um EC 130 B4 da fabricante Eurocpter France, é muito bom e tinha todas as condições de aeronavegabilidade, permitindo um voo seguro. Contudo, uma rota noturna com muita chuva e nebulosidade exige, segundo o especialista, um plano de emergência muito bem elaborado para ter segurança em caso de imprevistos, como um pouso inesperado, por exemplo.
“Em condições poucos favoráveis de chuva e escuridão, caso haja algum problema mecânico, como falha de motor ou hidráulica, o piloto que já está com baixa visibilidade fica sem ter onde pousar, não há como efetuar um procedimento para um pouso com segurança”, avalia Caieiras.
Investigação
De matrícula PR-WVT, o helicóptero que caiu no Morro do Tico-Tico era operado pela empresa C & F Administração de Aeronaves LTDA, que tem como sócios os empresários André Feldman e Paulo Jose Converso.
Investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), órgão regional localizado em São Paulo (SP), foram acionados para realizar coleta de dados e o levantamento de outras informações necessárias à investigação do acidente.
Falha técnica
O piloto do helicóptero sobreviveu e deve contar com mais detalhes o que aconteceu durante o acidente. Para Caiado, “muito provavelmente foi uma falha técnica, que devido às condições metereológicas ele não conseguiu pousar a aeronave de forma satisfatória”. Segundo o profissional que tem 35 anos de aviação, talvez a decolagem deveria ter sido realizada pela manhã ou quando o tempo estivesse melhor.
Mortes
O acidente causou a morte do empresário André Feldman, de 50 anos, que era CEO da BIG Brazil International Games – empresa de apostas virtuais conhecidas como bet. A mulher do empreário Juliana Elisa Alves Maria Feldman, de 49 anos, também morreu.
A filha de 12 anos do casal e o piloto foram socorridos com vida e, segundo a Secretaria da Segurança Pública, levados para o Hospital das Clínicas.