UBSI estava sem atendimento desde março deste ano e retomou os atendimentos em agosto, segundo as Forças Armadas. A estrutura é a única da região e atende cerca de 500 indígenas. Parafuri atende 502 indígenas de seis comunidades
Operação Ágata Fronteira Norte/Divulgação
A Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) de Parafuri, na Terra Indígena Yanomami, foi reformada após ter sido destruída por invasores. A unidade estava sem atendimento desde março deste ano e foi retomado em agosto, segundo as Forças Armadas.
A estrutura é a única da região e atende cerca de 500 indígenas, distribuídos entre as comunidades de Hoxeanatheri, Komomassipetheri, Paapoko, Paapoko II, Warareu e Xahuxipii. Entre as ações realizadas estão a manutenção e reparos na rede hidráulica e elétrica, a instalação de geradores e a limpeza da pista de pouso.
Ao g1, Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY) disse que a retomada é fundamental para a comunidade, que enfrenta um surto de malária.
“Cada dia que a gente retoma a unidade básica de saúde onde foi abandonado, que os garimpeiros expulsaram profissionais de saúde, estamos reabrindo com a esperança de salvar o povo yanomami, crianças. Principalmente em Parafuri, onde tem quase 100% dos casos de malária, então essa é a esperança: salvar o povo Yanomami daquela comunidade que sofreu muito”, disse.
Unidade antes da reforma
Operação Ágata Fronteira Norte/Divulgação
Além disso, também foi implementado, em parceria com a ONG Água Camelo, um sistema de abastecimento de água potável para a comunidade, que visa fornecer água limpa para as comunidades que têm sido afetadas pela contaminação do garimpo ilegal.
O transporte aéreo de todo material e a segurança do local foram feitos pelas Forças Armadas, em ação realizada no âmbito da Operação Ágata Fronteira Norte.
A reforma, que foi uma ação conjunta entre as Forças Armadas, o Serviço de Edificação e Saneamento Indígena (SESANI), o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).
Terra Yanomami
Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território – este último tem como linha de frente o Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Unidade de Saúde destruída por invasores é reformada e retoma atendimentos na Terra Yanomami
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