Operação prende mais oito garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami


Prisões aconteceram nesse domingo (13), nas regiões de Palimiú e Homoxi. Presos foram transportados para Boa Vista e levados a superintendência da Polícia Federal. Operação das Forças Armadas na Terra Yanomami, em Roraima
Forças Armadas/Divulgação
Mais oito garimpeiros ilegais, cinco homens e três mulheres, foram presos nesse domingo (13) durante a operação Ágata Fronteira Norte, que envolve as Forças Armadas, agências e Órgãos de Segurança Pública, na Terra Indígena Yanomami.
De acordo com as Forças Armadas, as primeiras prisões aconteceram quando três embarcações tentaram furar o bloqueio do Posto de Controle e Interdição Fluvial (PCIFlu), em Palimiú. Na ocasião, as embarcações foram perseguidas e detidas.
Durante a abordagem, os militares encontraram quatro homens e três mulheres. Com eles foram apreendidos uma tonelada de cassiterita, armamento e equipamento de internet satelital.
Na base de Palimiú, há um cabo aço com cerca de 240 metros de extensão. A estrutura foi instalada no dia 20 de fevereiro de uma ponta a outra no rio Uraricoera, via fluvial mais usada pelos garimpeiros para entrar no território.
A região é a mesma onde um garimpeiro ficou ferido e quatro foram presos em um ataque a base de fiscalização, no dia 20 de julho deste ano. À época, três embarcações tentaram furar o bloqueio quando houve o confronto.
A outra prisão aconteceu em Homoxi, quando um homem buscou atendimento médico na Unidade Básica de Saúde da região. Após apuração da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), foi constatado que o homem era estrangeiro e estava em uma região de garimpo.
Todos os presos foram transportados para Boa Vista, ainda no domingo. Na capital, eles receberam atendimento médico e foram encaminhados para a superintendência da Polícia Federal.
Ao todo, a operação Ágata Fronteira Norte já prendeu 139 pessoas. Segundo as Forças Armadas, foi “obtida uma redução de aproximadamente 95% nas atividades de garimpo ilegal” na região.
Terra Yanomami
Maior território indígena do país, a Terra Indígena Yanomami enfrenta uma grave crise sanitária na saúde causada por garimpeiros ilegais. Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública.
Além dos atendimentos em saúde, o governo Federal atua para retirar garimpeiros do território. Atuam nesta missão agentes do Ibama, PF, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal. Desde junho, o Ministério da Defesa também passou a atuar de forma repressiva aos invasores.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação chegou a 54% – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro deste ano.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.