Aluna acusa colega de classe de assédio sexual em Boa Vista

Mulher registrou boletim de ocorrência após receber várias imagens com conteúdo pornográfico. Aluna acusa colega de curso de assédio sexual em Boa Vista
Uma aluna, de 35 anos, acusa de assédio sexual um colega de classe. Ela registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após receber várias mensagens com conteúdo pornográfico por mensagens de celular.
Em entrevista à Rede Amazônica nessa sexta-feira (28), aluna disse que reportou o caso à coordenação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), onde ela e o suspeito estudam, mas a instituição o manteve no curso que fazem (assista acima).
Com o registro do BO, a aluna disse que espera por justiça. “A gente fica com medo, porque a gente não o conhece. É constrangedor. É humilhante estar numa sala com uma pessoa que abusou da gente. Mesmo a agente dizendo ‘não’, a pessoa continuava mandando mensagem.”
Segundo a aluna, inicialmente o suspeito a abordou pelo celular querendo saber como ela estava. Depois, passou a importuná-la com imagens pornográficas e chegou a enviar um vídeo se masturbando.
Os dois estudam no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Após pedir para o suspeito não enviar mais as mensagens e ainda assim ele continuar, ela e outras meninas que também passaram pela mesma situação decidiram reportar à coordenação do curso o que havia acontecido.
“Ela começava assim: ‘posso te perguntar uma coisa?’. As abordagens dele com as meninas foram assim, não só comigo”, disse à Rede Amazônica, acrescentando que após isso ele “começou a mandar as figurinhas pornográficas”, disse.
Ainda segundo a aluna, uma outra vez ele chegou a passar a mão em outra colega dentro do Senac. “Teve um caso que aconteceu dentro da instituição, dele passar a mão em uma colega nossa e acochar ela por trás. E ela só não veio a gritar, pedir socorro, porque ela ficou constrangida”, contou.
A aluna contou que após relatar os assédios à coordenação, o suspeito foi chamado para se explicar e continua frequentando as aulas. “Hoje estamos na sala de aula e ele continua na sala de aula como se nada tivesse acontecendo. E a gente obrigada a conviver com ele”, diz ela, indignada.
Em nota, o Senac informou que “não coaduna com qualquer prática de assédio moral e/ou sexual. Após a denúncia, iniciou imediatamente as providências cabíveis à instituição. O Senac está à disposição para eventuais esclarecimentos às autoridades competentes.”
A Rede Amazônica mostrou as mensagens recebidas pela aluna para a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Graça Policarpo, e ela avaliou que o teor se encaixa no crime de assédio sexual.
“O assédio vem quando você se sente abusada, desrespeitada. Esse desrespeito passa a ser um assédio”, explicou.
Nos últimos quatro anos, Roraima registrou 235 casos de assédio – entre sexual e moral. Este ano, já foram160 casos somente no primeiro semestre.
O boletim de ocorrência com o relato da aluna foi registrado no dia 22 de junho. Mas, segundo ela, os assédios ocorriam desde abril. Procurada sobre a investigação, a Polícia Civil não enviou resposta até a última atualização da reportagem.
Aluna registrou boletim de ocorrência contra colega após receber mensagens com tero pornográfico
Reprodução/Rede Amazônica