Iniciativas sustentáveis são apresentadas por alunos da EJA, em mostra pedagógica de escolas indígenas e do campo


A mostra contou com a participação de 110 alunos de três escolas, uma indígena e duas do campo, que apresentaram projetos conforme suas vivências Para a construção dos projetos foi pensado no empreendedorismo sustentável, que favorece e estimula a geração de renda às famílias.
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Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) atendidos em escolas indígenas e do campo, participaram na segunda-feira, 26, da 2ª Mostra Pedagógica da EJA – Compartilhando Saberes e Experiências, atividade de encerramento do primeiro semestre do ano. O evento aconteceu na Escola Municipal Aureliano Soares da Silva, na Serra do Truaru, onde diversas iniciativas sustentáveis foram apresentadas de acordo com a realidade dos estudantes.
Participaram 110 jovens e adultos da Escola Indígena Martins Pereira da Silva, e das unidades do campo Aureliano Soares da Silva e José David Feitosa Neto. De acordo com a coordenadora municipal da EJA na Rede Municipal, Emiliane Beckman, o objetivo foi compartilhar saberes escolares e conhecimentos da vivência dos próprios alunos, com foco no desenvolvimento criativo e da capacidade inventiva e investigativa no contexto escolar.
“São experiências valiosas que contribuem muito para a formação desses alunos. No momento de construção dos projetos, foi pensado no empreendedorismo sustentável, que favorece e estimula os participantes a utilizarem esses conhecimentos para gerarem renda extra. Todas essas propostas serão expostas na Feira Municipal de Iniciação Científica (FEIC), prevista para agosto desse ano”, disse.
Com o projeto “Artesanatos e Tranças”, a Escola Martins Pereira levou peças artesanais feitas de palha de coqueiro, buruti, jacitara e arumã.
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VAMOS CONHECER AS INICIATIVAS?
Alunos da Escola Municipal Martins Pereira da Silva, que fica na comunidade do Morcego, região do Murupu, apresentaram o projeto “Artesanatos e Tranças”, que consiste na confecção de peças artesanais com uso de palha de coqueiro, buruti, jacitara e arumã, comuns na região.
Com a técnica de trançado e muita criatividade, os alunos transformam essas matérias-primas em cestos, bolsas, vassouras, abanadores e muito mais. Na oportunidade foi demonstrado aos demais participantes a utilidade dos itens, sendo a maioria considerados tradicionais em comunidades indígenas.
INSPIRAÇÃO – Aluna da Escola Martins Pereira, Rebeca Ramos, de 66 anos, concluiu a 2ª série por meio da EJA. Para ela, um verdadeiro desafio, mas tem a consciência de que é uma inspiração para os demais colegas. “Gosto muito de escrever e estou aprimorando. Minha professora disse que sou muito boa em ser intérprete. Fico muito feliz em servir de exemplo para meus colegas”, contou.
Através do projeto, a Escola Aureliano reaproveitou o óleo de cozinha para produção de sabão caseiro.
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Os alunos da Escola Municipal Aureliano Soares da Silva, na Serra do Truaru apresentaram o projeto “Reaproveitamento do óleo de cozinha para produção de sabão caseiro”. Além disso, eles também produziram água sanitária e desinfetante artesanal.
A apresentação incluiu uma demonstração de como é preparado o sabão. Por meio de abordagem teórica e prática, os alunos adquiriram conhecimentos sobre química, sustentabilidade, consumo consciente, além de habilidades manuais e científicas.
EM BUSCA DO SONHO – Para a aluna Sebastiana Gonçalves, de 58 anos, que concluiu a 2ª série na EJA, foi uma experiência mais do que válida e ela faz planos para seu futuro acadêmico e profissional.
“Achei maravilhoso, pois muitas vezes a gente joga fora algo que pode ser reaproveitado. Comecei a fazer a EJA, pois sabemos que conhecimento é muito importante e sempre digo aos meus amigos ‘vamos estudar que ainda é tempo’. Tenho uma propriedade. Planto milho e sonho em ser agrônoma, melhorar meus conhecimentos de cultivo e crescer. Vou até o fim”, compartilhou.
Escola José David Feitosa, levou a proposta de alimentação saudável com o projeto “Comer bem para viver melhor”.
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Já os alunos da Escola Municipal José David Feitosa Neto, também localizada na região do Murupu, optaram por uma proposta de alimentação saudável com o projeto “Comer bem para viver melhor”. Eles apresentaram alimentos nutricionais do campo, produzidos na região, dentre eles: mel, óleo de coco, queijo, romã, farinha da folha da macaxeira, dentre outros.
Durante a apresentação foi ressaltada a importância de uma alimentação saudável para uma boa saúde física e mental. A aluna Sheriza Naiana, de 31 anos, que concluiu a 2ª série afirmou que o objetivo foi estimular as pessoas a reverem seus hábitos alimentares, conhecendo as propriedades vitamínicas de alimentos comuns de serem encontrados na região.
“O que trouxemos aqui são alimentos comuns de termos em casa e que preparados e consumidos na quantidade certa são essenciais para uma vida saudável. Para mim, a EJA está sendo maravilhosa, graças a professores competentes. Feliz que essas portas estão abertas e que nós, alunos, estamos motivando outras pessoas a começarem a estudar”, explicou.
ZONA URBANA – Nas escolas urbanas, a Mostra ocorreu em nove escolas e esteve em sua 7° edição. Dentre os projetos apresentados, estão: “Desvendando células”, “Cozinha Pedagógica”, “Reutilização de palitos de picolé”, “A panificação Roraimense”, “Bijuteca”, “Leitura de memórias musicais”, dentre outros temas.
EJA – A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino cujo objetivo é ofertar aos jovens e adultos, a oportunidade de frequentar a escola para que possam retomar seus estudos, garantindo os direitos educativos que contribuam para a sua melhoria de vida na sociedade. Atualmente, por meio da EJA, a Rede Municipal de Ensino atende 500 alunos, distribuídos em 9 escolas da zona urbana, 1 escola indígena e 2 escolas campo.

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