‘Maior paçoca do mundo’ leva 800 kg de carne bovina e 500kg de farinha de mandioca. Prato típico será servido gratuitamente ao público no próximo sábado (24), no arraial Boa Vista Junina. Valor da produção é quatro vezes maior que em 2022. Preparação da maior paçoca do mundo, feita de carne seca e farinha, começa em Boa Vista
Giovani Oliveira/PMBV/Divulgação
Três dias seguidos de produção que começa na madrugada e envolve o trabalho direto de 10 pessoas. Foi assim que se iniciou nesta terça-feira (22) a rotina para o preparo da “maior paçoca do mundo”, iguaria à base de carne seca e farinha, que virou símbolo do arraial Boa Vista Junina. Para tentar quebrar o recorde de 1.131 kg do ano passado, desta vez, são utilizados 800 kg de carne bovina, 500 kg de farinha de mandioca, 88 kg de cebola e 30 litros de óleo.
A paçoca de carne seca, prato típico da culinária roraimense, é servida gratuitamente no Boa Vista Junina desde 2015. Para efeitos de comparação, no ano da estreia, a “paçocona” pesou 500 kg.
Neste ano, segundo a chef de cozinha Nathália Soares, de 24 anos, a estimativa é atingir uma tonelada e 300 kg – quase 200 kg a mais que o ano passado. A expectativa é servir 25 mil pessoas, cinco mil a mais que em 2022.
A produção da paçoca começou nesta quinta-feira (22)
Rayane Lima/g1 Roraima
O preparo começou na madrugada dessa quinta-feira (22), às 4h da manhã, e vai até o próximo sábado (24), dia em que será servida à população, às 19h, na Praça Fábio Marques Paracat, onde ocorre a festa. Antes do público poder saborear o prato, será feita a tradicional pesagem, que é quando todos vão saber se a paçoca quebrará o próprio recorde.
Desde 2016, o recorde do ano anterior é quebrado. Em 2022, o número superou em 81 kg a quantidade de 2021.
Quando a prefeitura iniciou a ideia de fazer “a maior paçoca do mundo”, há oito anos, falava-se em levar a iguaria ao Guinness Book, o livro dos recordes. Mas, apesar dos recordes batidos ano após ano na grande quantidade, isso nunca ocorreu.
A presidente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec), Alda Amorim, disse que essa quebra de recorde é considerada pela prefeitura por conta de “todas as evidências”.
“A gente faz uma coletânea e envia. É assim que a gente trabalha”, disse ela.
Paçoca de carne seca e farinha amarela
PMBV/Divulgação
Diferente da paçoca doce, feita com amendoim, a paçoca de carne seca, de origem indígena, é produzida através da pilagem da farinha de mandioca e da carne seca, que posteriormente são refogadas com cebola e óleo de cozinha.
Preparo da ‘gigante’ junina
Mesmo com o preparo na cozinha ter começado três dias antes da pesagem, o processo em si iniciou uma semana antes, com o corte, desossagem e secagem da carne, devido à grande quantidade. O trabalho só acaba no dia em que a “paçocona” é servida, quando é concluída a última etapa, com o refogamento da farinha e a carne no óleo e cebola.
A técnica de enfermagem Marileide Pereira é uma das responsáveis por preparar a iguaria tão aguardada pelo público. Apesar do desafio de preparar a grande quantidade de comida, para ela poder participar da história do Boa Vista Junina, é muito gratificante.
“Tô super feliz por ter sido convidada para poder oferecer para a população aprovar o sabor da minha paçoca. É uma maravilha, uma delícia. Não é porque sou eu não, mas você pode provar e depois me falar”, garantiu Marileide.
Marileide garantiu que quem provar a iguaria feita por ela, vai querer repetir, e também aproveitou para deixar uma dica para os que quiserem aproveitar melhor o sabor de um dos símbolos do São João boavistense:
“(Melhor) Com banana, lógico! Ainda por cima com o refrigerante bem gelado do lado, né? É melhor ainda”, sugeriu.
No sábado, para acompanhar a paçoca, a população vai poder optar pela banana. Foram compradas duas toneladas da fruta cultivada por agricultores do Sul do estado, para serem distribuídos ao público. Além disso, a farinha de mandioca usada na paçoca foi toda adquirida na Feira do Produtor.
Valor da paçoca
Paçoca já finalizada com cebola
Rayane Lima/g1 Roraima
Este ano, o preparo é de responsabilidade da empresa NS Barros Empreendimentos, contratada por R$ 232 mil para fazer a paçoca servida no próximo sábado e também outras quantidades que a prefeitura distribui como souvenir a turistas que chegam à cidade e em press kits.
O valor repassado à NS Barros Empreendimentos é quase quatro vezes maior do que a prefeitura pagou para a empresa Tia Nega, responsável pela produção no ano passado, quando o trabalho custou R$ 60 mil – uma diferença de R$ 172 mil.
A superintendente da Fetec, Alda Amorim, atribuiu o aumento no valor à inflação e “ao crescimento das ações promocionais em torno da paçoca” que a prefeitura tem.
“A ação promocional do ano passado era um quantitativo [de paçoca] bem pequeno. Só que a gente mal começou a fazer as ações, terminou. Então, para para as ações promocionais, a gente precisou aumentar muito a quantidade [de paçoca]”, disse Alda, acrescendo: “fora a quantidade e a inflação também. O preço da carne não é o mesmo”.
Boa Vista Junina 2023
O Boa Vista Junina em 2023 traz o tema “Orgulho em Viver essa Emoção”, com uma decoração que busca resgatar valores e tradições da cultura popular. São cerca de 1 km de espaço decorado em toda a extensão da praça Fábio Marques Paracat, inspirado nas expressões da festa junina pelo Brasil, em especial a nordestina.
Para quem não quiser esperar até o próximo sábado para provar da ‘maior paçoca do mundo’, o g1 fez um levantamento em três espaços de alimentação do arraial e encontrou paçoca por até R$ 15, e milho cozido por R$ 4.
Carne seca sendo preparada para fritar
Rayane Lima/g1 Roraima
*Estagiários sob supervisão de Valéria Oliveira
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Produção recorde para tonelada de paçoca de carne seca e farinha envolve 10 pessoas, inicia de madrugada e dura três dias
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