Inspirada na cultura popular, decoração do Boa Vista Junina tem vilarejo cenográfico e até casa de farinha: ‘recordando o Nordeste’

São cerca de 1 km de espaço decorado em toda a extensão da praça Fábio Marques Paracat. Boa Vista Junina acontece na praça Fábio Marques Paracat, localizada na avenida Ene Garcez, no Centro da cidade, até o próximo domingo (26). Vilarejo cenográfico chamou a atenção dos visitantes
Yara Ramalho/g1 RR
Bandeirinhas coloridas, xilogravuras, cangaceiros, santos e a sensação de estar em um verdadeiro vilarejo do sertão nordestino. Todos esses elementos compõem a decoração do Boa Vista Junina 2023, festa que começou nessa terça-feira (20) e encerra no próximo domingo (25).
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Assim como o tema deste ano, “Orgulho em Viver essa Emoção”, a decoração busca resgatar valores e tradições da cultura popular. São cerca de 1 km de espaço decorado em toda a extensão da praça Fábio Marques Paracat, inspirado nas expressões da festa junina pelo Brasil, em especial a nordestina.
Quem passou pelo local percebeu as inspirações, como é o caso do autônomo Saturnino Gonçalves de Sousa, de 57 anos. Fantasiado de espantalho, ele aproveitou para registrar o momento na ornamentação.
“Essa aqui foi a decoração que que eu mais achei bonita em todos esses anos. Eu sou daqui de Roraima, mas meus pais são nordestinos e ela lembra o Nordeste. Nós estamos recordando o Nordeste”, disse.
Saturnino Gonçalves de Sousa, autônomo, 57 anos
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Entre os destaques da decoração está um espaço instagramavel que representa um vilarejo nordestino, com figuras como Maria Bonita e Lampião. A história de Roraima com a migração nordestina também se reflete na ornamentação, como explica o presidente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (FETEC) Dyego Monnzaho.
“Como como o estado de Roraima tem essa característica de ter muito nordestinos migrantes de alguma forma compõe a população que também construiu a identidade cultural no estado. Então, isso reflete nessa ideia do resgate, de montar uma cenografia que também seja um reflexo da nossa sociedade”.
Um exemplo disso é a cearense Jacinta Santos, que passou em um espaço onde há uma casa de farinha. A farinha também já se tornou um elemento típico da festa junina em Boa Vista, por ser um dos ingredientes principais na composição da tradicional paçoca de carne seca.
“Tá belíssima, superou [a decoração do ano passado]. Eu sou nordestina, sou cearense. Então, vir aqui é como fazer um pequeno passeio no coração do Ceará. Está belíssimo mesmo, acabei de tirar bastante fotos aqui, fazendo farinha, com o pilão. Então, recordamos um pouco do nosso Nordeste, eu amei, esse ano estar super lindo”, disse.
Jacinta Santos, acompanhada do esposo Joarez Mota no Boa Vista Junina 2023
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Além disso, outra decoração em destaque são as xilogravuras de cordel. A xilogravura é a técnica de gravura que utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre o papel ou outro material.
A literatura de cordel e a xilogravura, técnica de gravura na madeira, foram trazidas pelos portugueses, mas ganharam no Brasil personalidade e se tornaram uma marca do Nordeste.
A prefeitura de Boa Vista não possui uma estimativa do quanto foi gasto com a decoração, mas o investimento da prefeitura para a realização é de R$ 6 milhões. A festa deve movimentar cerca de R$ 28 milhões durante o cinco dias.
“A gente representa nessa edição, tanto através da programação, tanto a cenografia, ou mesmo toda a composição que está sendo posta no projeto, a gente reconfigura esse resgate de mais de 20 anos de história em que a gente já viveu muitas emoções e nesse ano a gente vive mais uma vez”, explicou o presidente da Fetec.
Xilogravuras estão presentes na decoração
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O Boa Vista Junina acontece na praça Fábio Marques Paracat, localizada na avenida Ene Garcez, no Centro da cidade. A ideia da festa tradicional é apoiar a cultura, a economia e os artistas locais. Durante as seis noites do São João, 28 artistas locais de diversos segmentos musicais vão se apresentar.
O evento também tem o tradicional concurso de quadrilhas juninas, com 28 grupos na competição, e a tradicional paçoca gigante de farinha carne de sol que deve bater mais um recorde de “maior do mundo” – ano passado foram 1.131 Kg servidos gratuitamente à população.
Decoração no Boa Vista Junina
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Vilarejo cenográfico
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Casa de farinha no Boa Vista Junina
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