Assembleia Legislativa de RR pede à Justiça prisão de ex-deputado após confusão em pizzaria

Pedido foi ingressado na 1ª Vara Criminal de Boa Vista. Jalser Renier chamou ato de ‘oportunismo ilegítimo.’ Confusão entre deputado e ex-deputado em pizzaria de Roraima
A Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) pediu à Justiça a prisão do ex-deputado Jalser Renier Padilha. A ação, ingressada na 1ª Vara Criminal de Boa Vista, ocorre após ele se envolver em uma confusão com deputado Jorge Everton (União) numa pizzaria – os dois são adversários políticos.
Em nota, Jalser chamou a ação de “oportunismo ilegítimo”. “Não há qualquer relação dos fatos ou de minhas declarações públicas com a condição de testemunha de um dos autores do pedido de prisão feito pela ALE-RR, tratando-se de oportunismo ilegítimo a pretendida vinculação de discussão no campo político com processo judicial a que respondo (veja nota na íntegra abaixo).
No entendimento da Casa, a prisão do ex-colega de parlamento é necessária para “resguardar a integridade física e moral dos deputados Jorge Everton (União) e Soldado Sampaio (Republicanos)”. Sampaio é o presidente da Ale-RR e algumas vezes foi citado forma pejorativa por Jalser nas redes sociais.
No pedido, assinado por cinco procuradores que atuam na Procuradoria-Geral da Ale-RR, a Casa sugere que caso a Justiça não decrete a prisão, que proíba Jalser de se aproximar dos parlamentares ou manter contato pelas redes sociais.
Como embasamento, a ação também citou o processo em que Jalser é réu por mandar sequestrar o jornalista Romano do Anjos. Neste processo, ele é acusado de sete crimes.
No dia da confusão entre Jalser e Jorge Everton, o ex-deputado abriu uma live no Instagram e admitiu ter dado uma cadeirada no adversário, chamou o governador Antonio Denarium (PP) de “safado” e o presidente da Ale-RR de “pilantra” e “mau-caráter”.
Para decidir pela ação contra Jalser na Justiça, a Ale-RR fez uma sessão extraordinária. O pedido teve a aprovação dos deputados Marcelo Cabral (1° Vice-Presidente), Chico Mozart (2° Vice-Presidente), Eder Lourinho (3° Vice-Presidente), Jorge Everton (1° Secretário), Aurelina Medeiros (2ª Secretária), Rárison Barbosa (3º Secretário), Odilon (4º Secretário) e Renato Silva (Corregedor-Geral).
Jalser Renier teve o mandado cassado por quebra de decoro parlamentar, em fevereiro do ano passado. Ele foi primeiro parlamentar a perder o cargo por decisão dos colegas.
Nota de Jalser Renier
Sobre a notícia de que a ALE-RR apresentou pedido de prisão em meu desfavor, tenho a esclarecer:
1) Os fatos não guardam qualquer relação com o livre exercício da atividade parlamentar, tratando-se de ilegítimo uso da máquina pública para me perseguir e me prejudicar;
2) De igual modo, não há qualquer relação dos fatos ou de minhas declarações públicas com a condição de testemunha de um dos autores do pedido de prisão feito pela ALE-RR, tratando-se de oportunismo ilegítimo a pretendida vinculação de discussão no campo político com processo judicial a que respondo;
3) Os pronunciamentos públicos que fiz estão resguardados pelo direito constitucional de livre manifestação, além do interesse público a respeito das denúncias que fiz sobre condutas ilegais;
4) Aparentemente está havendo uso ilegal da estrutura jurídica da ALE-RR com a finalidade de me calar a respeito de denúncias que fiz publicamente;
5) Jamais pretendi ameaçar ou intimidar qualquer testemunha ou impedir o livre exercício do mandato parlamentar. A mera coincidência da condição de parlamentar e testemunha de uma das pessoas que denunciei não credencia o absurdo pedido de prisão, por absoluta falta de vinculação entre as denúncias que fiz publicamente e o simples status de testemunha em processo a que respondo;
6) Sou o principal interessado em que o processo contra mim instaurado sob a injusta acusação de ter ordenado agressões contra um jornalista seja julgado o mais rápido possível e espero que todas as testemunhas do processo possam depor livremente e dizer a verdade, pois somente assim poderei me libertar dessa acusação absurda lançada contra mim.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.