Primeiro cineasta Yanomami ganha prêmio em festival internacional de documentários


Filme de Morzaniel Ɨramari conta com a participação do líder e xamã Davi Kopenawa e aborda sobre o conhecimento dos Yanomami sobre os sonhos. O curta-metragem ganhou um troféu e R$ 6 mil. Prêmio foi entregue em São Paulo
Marília Senlle/Aruac Filmes
O curta-metragem “Mãri hi – A Árvore do Sonho (2023)”, produzido por Morzaniel Ɨramari, considerado o primeiro cineasta Yanomami, ganhou o prêmio Melhor Documentário da Competição Brasileira na premiação “É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários”.
O filme do cineasta conta com a participação do líder e xamã Davi Kopenawa e aborda sobre o conhecimento dos Yanomami sobre os sonhos. A cerimônia aconteceu no último sábado (22), em São Paulo.
“Estou muito feliz porque os não-indígenas estão conhecendo como nós Yanomami sonhamos, aliás os xamãs. A luta Yanomami vai continuar até o fim”, publicou o cineasta nas redes sociais.
O filme é uma produção da Aruac Filmes e co-produção da Hutukara Associação Yanomami, a mais representativa de seu povo. Esta é a terceira obra de Morzaniel, que já produziu A Casa dos Espíritos (2010) e Curadores da Terra-Floresta (2014), além de coassinar a tradução do curta Uma Mulher Pensando (2023), feito por mulheres Yanomami.
Initial plugin text

O “É Tudo Verdade” é um festival de cinema documental brasileiro, considerado um dos maiores eventos do cinema da América Latina. A premiação foi criada em 1996 pelo crítico Amir Labaki.
O curta-metragem A Árvore dos Sonhos ganhou um troféu e R$ 6 mil. Quem levou a premiação principal foi a obra Incompatível com a Vida (2023), da cineasta Eliza Capai.
O curta-metragem do cineasta Yanomami fica disponível na plataforma Itaú Cultural Play até esta quinta-feira (26).
Produção aborda sobre sonhos Yanomami
Reprodução
Morzaniel Ɨramari
Morzaniel Ɨramari Yanomami nasceu na década de 1980 na comunidade Watorikɨ, na região do Demini. Ele trabalhou como Coordenador de Comunicação na Hutukara Associação Yanomami e foi formado em 2010 no projeto Pontos de Cultura Indígena – Vídeo nas Aldeias.
O interesse por registrar a história do seu povo iniciou quando diversos jornalistas e cinegrafistas estiveram na comunidade Watorikɨ para entrevistar o xamã Davi Kopenawa. À época, em 1995, a demarcação da Terra Indígena Yanomami havia sido oficializada há três anos
Além de cineasta, ele trabalha como intérprete e tradutor. Atualmente, Morzaniel viaja o Brasil e o mundo para exibir as suas produções sobre a história e cultura do povo Yanomami.
Morzaniel foi o primeiro Yanomami a produzir um filme
Guilherme Gnipper
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.