Neste ano de 2025, pecuaristas não precisarão vacinar rebanho. Especialistas alertam para outros cuidados que precisam continuar para garantir saúde do rebanho. Erradicação da febre aftosa em Roraima foi concedida pelo Mapa
Raquel Maia/Roraima Rural/Rede Amazônica
A retirada da vacina contra febre aftosa marca uma nova fase na pecuária roraimense. Pela primeira vez em 25 anos, o estado não terá a tradicional campanha de vacinação. O motivo fio porque em maio de 2024 o estado alcançou o status de livre de aftosa sem vacinação, ou seja, a doença foi eliminada no território estadual. O assunto foi exibido no Amazônia Agro desde domingo (2).
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Diante desde novo cenário, os 1.280.000 bovinos do rebanho de Roraima não precisarão ser imunizados em 2025. A medida é considerada positiva, pois abre portas para mercados consumidores mais exigentes, o que aumenta as possibilidades de negócios e exportação de carne.
Os últimos casos de febre aftosa registrados em Roraima foram nos municípios de Caroebe, em 2001, e em São João da Baliza, em 1999. Para manter o status de área livre sem vacinação, a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR) deve implementar uma série de medidas.
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O novo status funciona como uma garantia da qualidade e da segurança sanitária do rebanho. Mas, como assegurar que o rebanho permaneça protegido sem a vacinação? Esse é o principal desafio para os produtores em 2025.
Em busca da resposta, o programa Amazônia Agro conversou com especialistas no assunto, os médicos veterinários Ademir Júnior e Vinicius Duarte, que atuam numa empresa privada no estado.
Médicos veterinários alertam para que cuidados com o rebanho continuem, independente da erradicação da aftosa
Josivan Antelo/Rede Amazônica
Em entrevista ao programa, eles afirmaram que o fim da imunização contra aftosa exige um controle sanitário mais rígido nas fazendas. “O status de livre de aftosa não significa que o animal está sempre sadio. Por isso, é preciso fazer um manejo sanitário intensivo”, orientou Vinicius Duarte.
Os cuidados com o gado vão além de uma boa nutrição. Inclui também a manutenção de algumas vacinas para evitar o aparecimento de doenças.
“É preciso manter a vacina de clostridiose, de raiva e fazer uma vermifugação estratégica. A Infestação de moscas e carrapatos também é um problema que precisa ser controlado”, apontou o médico veterinário Ademir Júnior.
Fiscalização
Mesmo com febre amarela erradicada, Aderr segue com fiscalizações para garantir segurança sanitária
Raquel Maia/Roraima Rural/Rede Amazônica
Para garantir que a doença siga erradicada, a Aderr deve continuar com o trabalho de vigilância e fiscalização. Ainda em 2024, a Agência iniciou atualização cadastral de rebanho, uma espécie de declaração obrigatória que mantém os dados das propriedades rurais e do rebanho atualizados para facilitar ações de controle e rastreamento.
Segundo a diretora de Defesa e Inspeção Animal,Thaysa Schelck, produtores que deixarem de fazer o cadastramento poderão ser penalizados e ter a propriedade bloqueada. “Eles estão sujeitos a sanções administrativas, ficam impedidos de transportar e comercializar animais”, explicou Schelck.
O status de erradicação da aftosa no estado foi concedido a Roraima pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Portaria Nº 665, de 21 de março de 2024.
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