Sesau anunciou medidas de combate reforçadas em todo o estado, incluindo vigilância de febre Mayaro e Oropouche, foco na fronteira e capacitações específicas. Assim como dengue e zika, o chikungunya também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti
Sean Werle/INaturalist
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) emitiu um comunicado para alertar as autoridades municipais a intensificarem as medidas de combate ao Aedes Aegypti, o mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika vírus. A informação foi divulgada pela Sesau neste sábado (26) após a confirmação de dois casos de dengue tipo 3 em Bonfim, cidade fronteiriça com a Guiana.
Os dados do mais recente Levantamento Rápido de Índice para o Aedes aegypti (LIRAa Nacional) destacaram o alto risco de arboviroses em diversas cidades, incluindo Alto Alegre (12,5%), Mucajaí (10,0%), Caracaraí (8,8%), Amajari (8,2%). Boa Vista (6,3%), São João da Baliza (5,7%), São Luiz (4,4%) e Caroebe (4,2%).
Apresentaram médio risco os municípios de Iracema (2,5%), Normandia (2,5%) e Uiramutã (1,6%), enquanto a única cidade classificada como baixo risco para arbovirose foi Pacaraima (0,8%).
No período de janeiro a julho deste ano, já foram notificados 1.457 casos suspeitos de dengue e 283 de chikungunya. Isso representa um aumento significativo de 74% no número de casos de dengue em comparação ao mesmo período de 2022, além de um aumento de 101% nos casos de chikungunya em relação a 2022.
Em maio, a Fiocruz Amazônia identificou três casos de pessoas infectadas com o sorotipo 3 de dengue no estado. O aumento de casos de arboviroses em praticamente todos os municípios também contribuiu para elevar o alerta para o estado como um todo.
“Estaremos em alerta máximo, intensificando o monitoramento e a articulação dos municípios com o objetivo de fortalecer a vigilância das arboviroses no nosso Estado”, disse Valdirene Oliveira, coordenadora geral de Vigilância em Saúde do Estado.
Ela acrescenta que o estado de Roraima apresentou um índice de LIRAa de 6,6%, indicando alto risco, com 12 municípios suscetíveis a uma possível epidemia de dengue. Ela destaca que os principais depósitos favoráveis à proliferação do Aedes aegypti são aqueles que podem ser removidos, como lixo e recipientes de água.
Para enfrentar essa situação, a Sesau informou que irá implementar medidas em conjunto com os municípios:
Implantação da vigilância de outras arboviroses em Roraima, incluindo a identificação da circulação de vírus como febre Mayaro e Oropouche. Já foram identificados 44 casos de Oropouche e 2 de Mayaro.
Reforço na vigilância das arboviroses na fronteira de Bonfim e na cidade de Lethem, na Guiana. Isso se deve ao alto fluxo de pessoas para compras e turismo na cidade vizinha, que aumenta o risco de ocorrência de casos de dengue em Roraima.
Capacitação das equipes de campo do município de Caracaraí.
Realização de reuniões técnicas nos municípios de Iracema e Mucajaí.
Essas medidas visam conter a propagação das arboviroses e proteger a saúde da população, especialmente diante do aumento de casos e da identificação de novos sorotipos do vírus da dengue.
Principais sintomas
Entre os principais sintomas dos pacientes com dengue estão:
Febre alta > 38°C
Dor no corpo e articulações
Dor atrás dos olhos
Mal estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
A infecção também pode ser assintomática ou apresentar quadro leve. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
Segundo o Ministério da Saúde, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele.
Caso apresente os sintomas, a recomendação é que o paciente busque atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para avaliação médica e notificação do caso.
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