Pela primeira vez no Norte, obra inflável do artista roraimense Jaider Esbell é exposta no Teatro Amazonas, em Manaus


Obra “Entidade” é composta por duas serpentes de 17 metros de largura e foi instalada na fachada do Teatro Amazonas, onde fica até o dia 12 de agosto. As obras seguem expostas até o dia 12 de agosto, no Largo São Sebastião
Reprodução/Instagram
Uma das últimas produções do artista indígena roraimense Jaider Esbell, a obra “Entidades” – formada por duas serpentes gigantes infláveis está exposta no Teatro Amazonas, em Manaus. Esta é a primeira vez que o trabalho é exibido no Norte do país.
A obra é composta por duas cobras infláveis de 17 metros de comprimento e 1,5 metro de largura, e homenageia a cobra grande – símbolo de fertilidade, fartura e também proteção dos povos indígenas.
As duas serpentes foram instaladas na entrada principal do Teatro Amazonas, um dos cartões portais do Norte. O trabalho ficará exposta até o dia 12 de agosto.
Organizada pelo Circuito Urbano de Arte (Cura), a ideia é celebrar o território amazonense. Jaider Esbell morreu em novembro de 2021 em São Paulo, aos 41 anos. Na época, ele era um dos destaques da 34ª Bienal de São Paulo e estava com a obra “Entidades” em destaque no Parque Ibirapuera, na capital paulista.
“Entidades” foi criada por Jaider em 2020 para a 5° edição do Cura, que aconteceu em Belo Horizonte. Após a exposição da estrutura inflável, Jaider levou a arte para Bienal de São Paulo e também para a França.
Idealizadora do circuito de arte, Juliana Flores, conta que esta é uma forma de homenagear o legado de Jaider – ele era um dos artistas mais renomados de Roraima por dar luz à vivencia indígena por meio da arte. Além de artista plástico, era escritor e ativista da causa Macuxi.
“É um momento importante onde não só celebramos a arte de Jaider, como também valorizamos sua visão artística, que sempre buscou resgatar e empoderar a cultura indígena dentro do sistema de arte, e também relembrar a todos que falar de arte indígena é falar dos direitos dos indígenas à terra e o respeito a existência dos povos originários”, disse Juliana.
Teatro Amazonas é decorado com cobras gigantes
Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A obra foi inaugurada nessa quarta-feira (2) e foi posicionada na fachada do Teatro Amazonas. Além de Jaider, outros dois artistas também participam do circuito. Nesta edição, todos os artistas convidados são indígenas e amazônicos.
Juliana conta também que ao colocar a obra de Jaider, artista indígena, na fachada do Teatro Amazonas, símbolo do colonialismo, promove reflexões sobre a arte indígena contemporânea.
“Foi incrível ver como a arte de Jaider segue provocando e tocando as pessoas. Colocamos a obra na fachada do Teatro Amazonas, belíssimo teatro histórico e, ao mesmo tempo, símbolo do colonialismo. Esse paradoxo entre arte indígena e a cultura brasileira construída a partir da nossa herança colonial provoca muita reflexão”, avaliou
O Cura-Amazônia vai decorar toda a região do Largo São Sebastião. A região agora é uma espécie de ‘mirante’ da arte. Os edifícios Rio Madeira e Cidade de Manaus se tornaram telas gigantes, e receberam o toque artístico dos artistas Denilson Baniwa e Olinda Silvano.
Jaider Esbell
Morra em São Paulo o artista Jaider Esbell
Reprodução/Instagram

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